Depois de não actualizar este blog à algum tempo, cá estou eu com mais um post; boas novas, felizmente.
A oferta de emprego que tinha mencionado aqui acabou por não dar em nada. Depois de várias semanas sem receber notícias, concorri a outra e, em dois ou três dias, estava a ser chamado para uma entrevista. Ela correu bem e estou neste momento em Lisboa, em formação.
Viver em Lisboa não é tão complicado como pensava. A cidade tem defeitos e virtudes, mas no geral está-se bem. O único problema é eu estar muito mal de finanças e ser obrigado a cortar em tudo, até na comida, para me aguentar.
Hoje, não comi quase nada durante o dia todo; o meu almoço foi 3 sandes de pão-de-forma, uma com doce de ananás e as outras duas com manteiga. À noite, depois de sair da formação, antes de vir para a minha segunda casa (a primeira ainda é a de Coimbra), fui ter com a minha namorada e uns amigos a um bar. Como é óbvio, não gastei lá dinheiro, embora o cheiro dos bolos me tenha dado algumas voltas ao estômago. A caminho de casa, no metro, ia com tanta fome que ia todo tonto. Depois de sair do metro, passei por uma churrasqueira e salivei-me todo (não da forma literal à Homer Simpson) quando vi uns frangos a assar. Não imaginam o quão mal me senti por não poder comer um para matar a fome.
Agora, estou a descongelar carne para preparar para o jantar de hoje e almoço de amanhã. Mas assim que se acabe a comida que a minha mãe me mandou, vai ser complicado para mim. Viver aqui quase sem dinheiro não é fácil. O pior é que tenho dinheiro para receber e não sei quando é que ele me é pago, e se ficar neste trabalho só em Março é que consigo ter as minhas finanças organizadas.
Eu já sabia, antes de me aventurar por Lisboa, que o mais certo era ter que passar por uma situação assim. Mas passar por ela e imaginar que vou ter que passar... é completamente diferente. Às vezes dá vontade de mandar isto tudo à fava e voltar para o conforto do lar.